O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (17) a realização de duas acareações em processos que apuram a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As medidas atingem diretamente réus considerados centrais na investigação.
A acareação é um procedimento no qual pessoas são confrontadas presencialmente para esclarecer contradições em depoimentos. No caso em questão, a primeira audiência será entre o tenente-coronel Mauro Cid, apontado como delator da suposta trama golpista, e o general Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Jair Bolsonaro. A defesa de Braga Netto solicitou o encontro para esclarecer divergências entre seus relatos.
Alexandre de Moraes fixou o dia 24 de junho para a acareação, exigindo a presença de Braga Netto, que atualmente cumpre prisão em um quartel no Rio de Janeiro. Ele será escoltado, usará tornozeleira eletrônica, e retornará à unidade militar após a audiência.
A segunda acareação envolverá Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Este procedimento também foi solicitado pela defesa, que busca sanear incoerências nas versões apresentadas.
Os advogados dos réus apresentaram ao STF pedidos como a ampliação do prazo para alegações da defesa, mas Moraes considerou tais medidas como tentativas procrastinatórias do processo. Também foi negado o pedido da defesa de Jair Bolsonaro para anular a colaboração premiada de Mauro Cid.
Ainda de acordo com o Supremo, há investigação aberta acerca do uso de perfis em redes sociais por Mauro Cid para se comunicar com jornalistas sobre os termos de sua delação. O ministro já determinou que a empresa Meta, responsável por plataformas como Facebook e Instagram, forneça informações sobre as possíveis contas utilizadas.
